
Discurso Tomada de Posse - 08/06/2024
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Boa tarde a todas e a todos os presentes.
Devo começar por cumprimentar todos os presentes e agradecer-vos por estarem cá, connosco, assim como o vosso envolvimento na organização desta cerimónia, um sinal claro da vitalidade do associativismo, da união que este promove. O que explica a importância que tem na vida da comunidade, na promoção da liberdade, da democracia, e na oportunidade de reunião em torno de um objetivo comum.
Uma sala cheia é sempre sinal disso mesmo.

Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos às associações e secções que se envolveram nesta organização. Aos grupos de motards que abriram esta cerimónia de forma única. Agradeço também aos grupos de bombos, Sons com Bombos e Batenapel, pela vibrante participação, à Sara, que nos encantou com o seu talento ao tocar bombardino, e à Universidade Sénior de Rotary de Valongo, pela presença tão inspiradora.
Quero também estender um especial agradecimento à Junta de Freguesia de Ermesinde, na pessoa do Sr. Presidente, Dr. Miguel Oliveira, pela gentil cedência deste espaço e todo o apoio à logística e organização, que sabemos ser exigente, um agradecimento que se estende a todos os funcionários de Junta de Freguesia que a um sábado se disponibilizaram a estar aqui; e à Câmara Municipal de Valongo pelo apoio contínuo que tem prestado à nossa associação, e pela presença que marcam neste momento, que é para nós muito importante.
Mas agradecemos, também, aos restantes autarcas aqui presentes, é um excelente sinal ter-vos cá, que serve também de incentivo.
Agradecemos ainda a presença da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, representada pelo Sr. Vice-Presidente, Adelino Soares, pelo Membro do Conselho Jurisdicional, Sr. José Maria Silva, e pelo Dr. Manuel Moreira, Presidente da Mesa do Congresso. A vossa presença é um sinal de apoio e incentivo que muito nos honra. E um agradecimento especial às nossas estruturas aqui presentes, bem como a todas as coletividades do concelho de Valongo.

Agradeço profundamente a cada um dos membros da lista por terem aceitado este desafio e por desempenharem os seus papéis com tanta dedicação e competência. Dificilmente poderia pedir uma equipa melhor para trilhar este caminho comigo.
Finalmente, um agradecimento aos nossos magníficos apresentadores, a Mariana e o Rodrigo que aceitaram estar cá hoje ao leme desta cerimónia. Hoje são eles que mandam.
Não podemos agradecer sem destacar que também falhamos. Com certeza, haverá falhas de protocolo; assumo total responsabilidade por elas e prometo melhorar, embora não me preocupem especialmente, devo confessar. Por outro lado, preocupam-me aquelas que excluem, que não têm em conta a diferença, seja por falta de sensibilidade, seja por falta de meios.
Associativismo é, sobretudo, integração, inclusão, a verdadeira democratização, que acolhe a diferença e trata-a de igual para igual. Falhamos. Ainda que tenhamos movido todos os esforços possíveis, não conseguimos ter presente um intérprete de língua gestual portuguesa, o que nos coloca um alerta para futuros eventos, e, se calhar, deixar este alerta para todos, trabalhar mais e melhor, no sentido de acolhermos todos, de garantirmos que todos têm o merecido espaço.
Na teoria é bonito falarmos da inclusão, mas praticá-la é praticá-la- Sublinho aqui que assumimos essa falha, mas, sobretudo, porque é do nosso particular interesse, do interesse da Associação das Colectividades do Concelho de Valongo, trabalhar constantemente para destruir quaisquer barreiras. Queremos ser construtores de pontes, não de barreiras.
Dito isto, gostaria de destacar a colaboração das várias associações do concelho na organização desta cerimónia. A sua presença e contribuição, a oferecerem o que de melhor se faz, foram fundamentais para o sucesso deste evento e para o fortalecimento do nosso movimento associativo.
Mas também o fantástico trabalho que fazem ao valorizar a arte, a música, a dança, o teatro, o canto. Na valorização do desporto, futebol, natação, artes marciais, atletismo, ginástica; na valorização de outros interesses mais específicos com os motoclubes, os clubes de caça e pesca, os jogos tradicionais, a columbofilia… enfim, a acessibilidade de estruturas que, de outro modo, estariam fora do alcance de parte da população, ou por questões financeiras, ou por questões de acessibilidade. Não seria exequível o Estado promover esta oferta tão diferenciada e próxima.
Percebemos que são as associações as responsáveis por promoverem o acesso verdadeiramente democrático das populações a objetos de interesse. E isto deve ser apreciado, valorizado, e, é nesse sentido, que se justifica a existência da associação das colectividades, em estreita colaboração com os órgãos de poder local, principais patrocinadores e incentivadores, diria mesmo interessados, na promoção da vida associativa.
Esta cerimónia marca uma nova fase da vida desta associação, a passagem de testemunho da direção do sr. Joaquim Oliveira para a nossa equipa, que tem diferenças. Mas nada há a temer, em matéria de mau feitio, eu e o sr. Oliveira devemos estar taco a taco.
Ainda assim, reconheço que não é fácil vir depois de uma figura como a do sr. Joaquim, uma referência do associativismo, não apenas local, mas nacional. É inegável o contributo dado à construção e manutenção das colectividades, pelo que se percebe que, quem chegar a seguir, chega com uma maior pressão para mostrar obra. A cobrança e a comparação tendem a ser maiores. Mas estamos preparados para isso.
Não sendo, então, um desafio fácil, confio plenamente na minha equipa e nos objetivos que delineamos:
- Defesa do associativismo como um todo, quando defendemos o interesse de uma associação, defendemos o interesse de todas; mas é inegável que quanto mais força tivermos, mais e melhor conseguiremos fazer, então é um objetivo aumentar o número de associados, criar mais e melhores relações com os órgãos de poder local, relações saudáveis, fortes, assentes numa boa comunicação. Penso que é o que todos desejamos;
- Promover mais e melhores relações entre as diferentes associações, promover troca de conhecimentos, experiências, mas também de partilha, interação, se assim se perceber ser o melhor caminho para todos;
- Valorizar o associativismo como uma forma de fomentar a ligação à terra, a troca de experiências entre gerações, o que é de um valor incalculável, o sentido de pertença a um local, a um grupo, a transmissão de valores, de cultura…
- Um trabalho que já é feito, e bem feito, se me permitem, pelos dirigentes associativos aqui presentes, e não só, mesmo que sem uma consciência permanente do valor que constantemente produzem.
A Associação das Colectividades do Concelho de Valongo está comprometida com isto que aqui referi, determinada a fortalecer e promover o associativismo local, representando e defendendo os interesses das nossas associações e clubes. Reconhecemos as dificuldades que precisamos de enfrentar, mas estamos confiantes de que, com o envolvimento de todos, incluindo os órgãos de gestão local e a comunidade, conseguiremos superar esses desafios. O nosso olhar está sempre voltado para o futuro, focados em melhorar a comunicação, modernizar as nossas práticas e alcançar os nossos objetivos comuns.
A nossa prioridade é trabalhar em prol do coletivo, promover a entreajuda e a colaboração interassociativa. Queremos ser um elo forte que divulga e apoia os eventos organizados pelas associações, incentivando a cooperação e o sucesso de cada iniciativa.
Comprometemo-nos a promover seriedade e transparência nas nossas ações, a defender e promover a democracia no nosso processo de discussão e decisão, assim como a participação. É fundamental que todas as coletividades se sintam representadas e envolvidas, e que juntos possamos defender o movimento associativo junto dos órgãos de poder local. Mas é fundamental que cada uma destas colectividades perceba a responsabilidade que assume neste processo, assim como no incentivo da participação ativa de todos os associados no processo democrático interno. Convidar a participar nas discussões e na definição dos interesses coletivos de cada associação.
É natural que neste momento olhem para esta equipa e pensem: sangue fresco, cheios de vontade de mostrar trabalho, cheios de vontade de trabalhar. Neste caso será fácil cobrar. A verdade é que assim não será. Pelo que sublinho novamente, sozinhos não vamos fazer nada. Para que os nossos objetivos se realizem, precisamos do apoio e envolvimento de todos, que rememos todos no mesmo sentido. Já estamos eleitos, pelo que nada do que aqui refiro é vazio ou promessa fácil, são objetivos claros, que, novamente, implicam o envolvimento de todos. Órgãos de poder local, dirigentes partidários, dirigentes de colectividades, população… Todos. Não vamos lá só com boa vontade e vontade de mostrar trabalho, porque isso não dura sempre, e não somos assim não inocentes.
Envolver, informar, discutir e melhorar são os pilares sobre os quais queremos trabalhar para construir um futuro mais forte e dinâmico para o associativismo em Valongo. Fazer dele uma referência. Pode parecer ousado ou demasiado ambicioso, mas esta é uma equipa ousada e ambiciosa, os objetivos têm de ser consonantes.
Reforço, defender um é defender todos, mas quanto mais força tivermos, maior impacto teremos nessa defesa. Isto é como um processo de polinização cruzada, consta que em determinado local um agricultor tinha a melhor produção de trigo, e todos os anos distribuía sementes desse trigo de qualidade pela vizinhança, com uma produção de qualidade bastante inferior. O objetivo era simples, continuar a garantir a qualidade do seu trigo, pelo processo de polinização cruzada, porque o vento espalha o pólen, e, dessa forma, não contaminaria, mas valorizaria.
Esta polinização cruzada faz com que ganhe o associativismo, a cultura, a arte, o desporto, faz com que a sociedade ganhe, o coletivo seja beneficiado.
Senhoras e Senhores, este é um novo começo. Com o vosso apoio e colaboração, estou confiante de que juntos faremos a diferença e construiremos um movimento associativo ainda mais vibrante e significativo para todos.
Joana Ribeiro Fitas
Presidente ACCValongo